Temos tempo para a contemplação.

Isso nos faz pensar nas múltiplas leituras que

afloram na 5ª mostra Fotografia Arte Plural, apresentada na Icon Artes Galeria. 

E possível entrar em contato com uma série de referências conectadas com imagens produzidas por ângulos inusitados, herdados de uma fotografia moderna; já num outro plano, vê-se o simbolismo da água que anuncia a volatilidade do ser humano, enquanto a inter-relação complexa de geografias sobrepostas. 

Há ainda dentro desse universo o manejo do tempo alongado de exposição e movimentação da câmara, não mais vistos como repetição mecânica, e sim como reelaboração do campo expressivo, de onde os sentidos vão se constituir. Fazendo agora um retrospecto, particularmente, com as expedições fotográficas do século XIX, não é casual o desejo de alguns fotógrafos em palmilhar diferentes cartografias, sempre atentos à construção de uma abordagem sensível.

A palavra-chave é ainteração de uma dimensão física que se constitui numa relação de alteridade.

É nesse torvelinho que a gente se dá conta

do quanto a arte desestabiliza certezas.

Não mais uma coisa monolítica, fechada,

de significado pronto. Exibir, esconder,

deslizar, manipular, revelar, mudam a base sobre a qual se configura a fotografia

contemporânea.